terça-feira, 29 de setembro de 2009
Pulsão de Morte - A festa
sábado, 26 de setembro de 2009
Canção de um Sedutor Desventurado.
De Pasárgada, eu vinha,
conversando com a rainha
sobre o seu marido, o rei,
que era um tremendo gay.
“Eu não aguento mais” ela disse.
“Nada contra a sua bichisse,
Mas quando ele bebe demais
Não pode ver um belo rapaz!”
Aproveitei a situação
Para galantear a rainha
Mas oh, que desilusão
Ela negava ser minha
Procurei então a princesa
mas ela riu na minha cara
e gozou: "a mais adequada
é a senhora camareira".
Assim, fui procurar a camareira
mas ela estava com o jardineiro.
Parti então para a faxineira
Mas ela só queria saber de dinheiro:
"Quando estou no trabalho
Eu vejo quanto arrecado
Para ver se dá a quantia
Para comprar a alforria."
Agora, quem galantearei?
Não podia piorar a situação!
Mas foi maior a frustração
Quando ganhei foi o rei!
Ele confessou: “tenho uma mania,
De noite mexo com alquimia.
Produzo perfume erótico,
invento um novo narcótico".
Mas que grande desespero,
quando ele pegou no meu cabelo!
E para piorar o meu azar
Ele gostava de apanhar.
Eu precisava de ajuda,
Fui então para a igreja
Não para ver a freira
Ou muito menos a viúva.
Restava procurar o padre,
este sim, um homem de verdade:
Tinha o cinto de castidade
Das mulheres da cidade.
Assim o padre me sugeriu:
A princesa dorme com a janela aberta
Faça uma visita surpresa e gentil
E ela lhe sorrirá com uma cara sapeca.
A noite entrei pela janela
E vi a princesa dormindo.
Uma criatura tão bela
Nas mãos de um libertino…
Ela acordou assustada
E gritou pelos guardas:
“Tirem já do meu quarto
Este cachorro safado!”
Na corte eu fui julgado
E a sentença foi dada:
Ter um caso com o monarca
Ou para sempre exilado.
Fui-me embora de Pasárgada
Lá seria amante do rei.
Sem a mulher que eu quero
Na cama que eu escolherei.
Sou um sedutor frustrado,
Um Don Juan barato.
Mas se não valho um tostão,
Aproveite a promoção
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O estranho caso da Pizza 57
Aconteceu num shopping daqui há um tempo atrás. Não muito. O Falmboyant outrora fora um lugar movimentado e badalado; mas hoje é apenas uma sombra do seu passado. Há alguns anos, quando eu era jovem, o shooping era frequentado por gente da alta sociedade. Mas o tempo não reservou um bom destino: o centro da vida social da cidade se deslocou para o sul e com o passar dos anos, o Falmboyant se esvaziou, tornando-se um lugar esquecido, sombrio e decadente.
Quase todas as lojas fecharam, e as que restaram são uns pardieros de qualidade bem duvidosa. Na verdade, só não fechou porque o público não sumiu completamente. Os visitantes mudaram de rosto. Agora somente figuras estranhas frequentam aquele lugar, e bem da verdade, isso foi o verdadeiro motivo que impediu o fechamento completo daquela espelunca!
Pois bem, foi num dia chuvoso de janeiro que tudo aconteceu. Nesta época do ano, o que já era vazio se tornou ainda mais. Se existisse o limbo sobre a terra, certamente seria aquele lugar.
A praça de alimentação era um dos poucos lugares que resistia ao fechamento, ainda que os sinais da decadência já eram bem evidentes. Em uma certa tarde, a luz fraca do crepúsculo penetrava pelos vidros amarelados e turvados pelo tempo e iluminava uma figura que lentamente saía dos corredores obscuros do shopping em direção à praça de alimentação.
Era um senhor com uma aparência deplorável. Contudo, apesar do tempo ter levado embora a juventude, o velho ainda tinha algo de inquietante em seus olhos. As pessoas que o viram não sabia bem descrever esta sensação. Talvez isso se deve ao que ocorreu depois. Segundo relatam, ele era um homem alto, de uma magreza assustadora, pálido, calvo, olhos fundos e um semblante que denotava cansaço e resignação.
O homem, ou melhor dizendo, o esboço do que fora homem um dia, se dirigiu lentamente a uma pizzaria. O velho exalava um odor fétido e sua presença tinha algo de assutadoramente inquietante que sinalava uma proveniência espectral. Com uma voz rouca e débil ele pediu uma pizza de pepperoni. A atendente, assutada com aquela figura hedionda, foi incapaz de qualquer reação. Pobre atendente!
Não tendo o seu pedido registrado, velho perdeu qualquer traço que lembrasse uma resignação mórbida para subitamente ser possuído por um acesso de fúria e loucura. Os olhos, quase saindo das órbitas, se tornaram repletos de insanidade. Cada linha de expressão se contorceu dando lugar a uma careta disforme, e o seu rosto adquiriu traços bizarros tal qual um origami mal feito e amassado.
E uma voz gutural (ou um som que lembrava uma voz) o velho berrou:
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Desafio Interno : D-1
Funciona da seguinte maneira:
1- Um tema
2- Uma semana para resolvê-lo
Pronto. Tá claro ou preciso desenhar?
O primeiro Desafio é:
"Conto dramático contendo a palavra flatulência."
Mãos e intestinos à obra.