sábado, 26 de setembro de 2009

Canção de um Sedutor Desventurado.

De Pasárgada, eu vinha,

conversando com a rainha

sobre o seu marido, o rei,

que era um tremendo gay.

 

“Eu não aguento mais” ela disse.

“Nada contra a sua bichisse,

Mas quando ele bebe demais

Não pode ver um belo rapaz!”

 

Aproveitei a situação

Para galantear a rainha

Mas oh, que desilusão

Ela negava ser minha

 

Procurei então a princesa

mas ela riu na minha cara

e gozou: "a mais adequada

é a senhora camareira".

 

Assim, fui procurar a camareira

mas ela estava com o jardineiro.

Parti então para a faxineira

Mas ela só queria saber de dinheiro:

 

"Quando estou no trabalho

Eu vejo quanto arrecado

Para ver se dá a quantia

Para comprar a alforria."

 

Agora, quem galantearei?

Não podia piorar a situação!

Mas foi maior a frustração

Quando ganhei foi o rei!

 

Ele confessou: “tenho uma mania,

De noite mexo com alquimia.

Produzo perfume erótico,

invento um novo narcótico".

 

Mas que grande desespero,

quando ele pegou no meu cabelo!

E para piorar o meu azar

Ele gostava de apanhar.

 

Eu precisava de ajuda,

Fui então para a igreja

Não para ver a freira

Ou muito menos a viúva.

 

Restava procurar o padre,

este sim, um homem de verdade:

Tinha o cinto de castidade

Das mulheres da cidade.

 

Assim o padre me sugeriu:

A princesa dorme com a janela aberta

Faça uma visita surpresa e gentil

E ela lhe sorrirá com uma cara sapeca.

 

A noite entrei pela janela

E vi a princesa dormindo.

Uma criatura tão bela

Nas mãos de um libertino…

 

Ela acordou assustada

E gritou pelos guardas:

“Tirem já do meu quarto

Este cachorro safado!”

 

Na corte eu fui julgado

E a sentença foi dada:

Ter um caso com o monarca

Ou para sempre exilado.

 

Fui-me embora de Pasárgada

Lá seria amante do rei.

Sem a mulher que eu quero

Na cama que eu escolherei.

 

Sou um sedutor frustrado,

Um Don Juan barato.

Mas se não valho um  tostão,

Aproveite a promoção

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