quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Da criação - parte 3 - O sentido da vida

Por vezes nos apegamos ao destino para explicar as coisas ruins (e as boas quando ocorrem) que com freqüência acontece na vida. Quando Alexandre, o Grande, passeava por umas bandas periculosas, se deparou com um nó esquisito que unia uma coluna a uma carroça. Não era apenas um nó esquisito, ou um nó muito apertado, era um nó simplesmente impossível de desatar. Dizia-se que aquele que desatasse o nó, apertado inutilmente por Górdio para se lembrar de seu passado camponês (o que não transforma o nó em algo útil), iria se tornar o rei da Ásia Menor. Por quinhentos anos o nó ficou intocado até que o “Xandinho” teve uma idéia boba para resolver o problema: desembainhou a espada e simplesmente cortou aquele tanto de corda. Algum tempo depois ele conquistou muito mais do que a Ásia menor. Alguns podem dizer que a profecia se realizou por causa do nó, erro crasso. Imagine então que a corda são as coincidências, toda entrelaçada e impossível de desatar. Pois, pegue uma espada, uma lança ou um machado e corte. Não, não pense que a Ásia Menor ainda pode ser conquistada ou que você dominará alguma coisa. O nó desatado nos revela o significado da vida: Fracasso.

Não é azar, não é destino nem nada disso, é simplesmente fracasso, total e irrestrito.
O nascimento é considerado por alguns como o milagre da vida, os mais sensatos acreditam que é apenas o começo do fracasso. Ora, o bebê estava quentinho, sem preocupações, recebendo alimento, alojamento e ainda por cima estava nu. Nada podia ser melhor do que isso. Mas, por um infortúnio, abre-se uma fenda no nosso santuário e somos despejados sem dó. O verdadeiro sentido da vida, então, é a busca por voltar a esse bom estado que era a barriga da mãe: ainda mais quando se pode ficar pelado. No mundo, a criança aprende a sentir frio, dor, fome, a chorar, a gritar, espernear, gritar por doces, colocar roupas, beber álcool, bater o carro, arrumar um emprego, namorada, presenciar terríveis aulas de física e química, comer uva passa e ainda ter o risco de trombar com outras pessoas tão fracassadas quanto ela mesma. A vida, então, é uma eterna busca de fracassar no fracasso, ou seja, sucesso. Alguns deviam assumir o fracasso, fazer disso um sucesso relativo: Escrever livros: "10 passos para o fracasso", dar palestras: "Tenha sucesso em ser um fracasso!", fazer filmes: "O homem sem fracasso", escrever músicas: "Não sou emo, sou fracassado", realizar pesquisas científicas: "Variáveis correlacionadas com o fracasso absoluto: Um estudo de caso", criar cursos técnicos: "Técnico em Fracasso" e até curso superior: "Fracassologia".

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