quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Da criação - parte 4 - Adão e Eva

Se formos buscar uma explicação espiritual para o processo do fracasso, remontaremos ao tempo do excremento original. Tal montinho de fezes era extremamente empreendedor, competente, perfeccionista, tinha facilidade para trabalhar em equipe e era tão criativo que se autonomeou Adão. Até hoje, essas qualidades originais são valorizadas, principalmente em uma entrevista de emprego para o cargo de gerente financeiro. De sua costela (alguns diriam, costeletas de porco), com todas aquelas curvas, surgiu Eva; cujo nome é de autor desconhecido. Por cargas d’água de uma descarga divina, os dois acabaram em um lugar que era chamado, ironicamente, de paraíso. Enquanto isso, o Criador, extremamente inventivo, foi criar as bolinhas de sabão e a goiaba branca.

O paraíso era um jardim estonteantemente perfeito e foi feito pelo Todo-poderoso, em um programa de computador elaborado para crianças. Não havia sido por dó do barro celestial, mas, um impulso criativo enquanto o Onipotente terminava os downloads de vídeos de orgias divinas no templo de Zeus (ou Gods Gone Wild) - ao qual não havia sido convidado, diga-se de passagem. Depois de completar o Paraíso, e desgostando do mesmo, ÓÓÓ jogou pelo no Assentuamento Monumental (também conhecido como A Divina Privada) e disse adeus ao puxar uma cordinha.

Adão e Eva não tinham o que fazer. Aliás, seus descendentes ainda não encontram muita utilidade para a vida. O tédio absoluto fazia o casal questionar e importunar o Criador a todo momento:

– Ó Onipotência Divina, responda-me qual o sentido da vida? O há de divertido para fazer nesse lugar? Onde está a TV, a Internet e o telefone que Vossa Divindade prometera? – Eva não conseguira responder satisfatoriamente a essas questões que volta e meia importunavam Adão.
– Mas você só sabe reclamar! Olhe o respeito ou sentirá a Minha ira! Como castigo, não poderá comer aquele fruto ali, é o fruto proibido. – Respondeu a Voz Divina, impaciente e irritada com aquele cheiro fétido.

– Mas por que cargas d’água eu não poderia? Não faz sentido!

Então, eis que sempre tem uma cobra para "apaziguar a situação". Nenhuma pessoa, de toda a população mundial daquele momento (Adão e Eva), pareceu se importar da cobra surgir misteriosamente no ar. Ela justificou sua existência, sem ninguém se importar, por ser derivada de um substantivo feminino e ser parente da fofoca. Assim, ao passo em que foram surgindo mais mulheres e a fofoca foi se modernizando, ela poderia surgir como metáfora para todas - fofocas e mulheres. De maneira análoga, surgiram as piranhas, peruas, galinhas e papagaios. Por fim a cobra começou a envenenar seus silvos:

– Hum, que maçã apetitosa!

– É minha, eu vi primeiro! – Adão, em um salto, agarrou a maçã e tratou de mordê-la rapidamente. Maçã não é fruta! É estupidamente sem graça pra ser uma!

Eis então que surge no céu uma raivosa, suntuosa e poderosa voz:

– Qualé! Ficou maluco? Sai vazado da minha área, mané! Perdeu plaboy!

E assim, a humanidade foi expulsa do paraíso, mas não do tédio. Quando o Onipotente foi inventar a tevê, o download terminou e Ele foi se divertir. Muitos atribuem a televisão e camisinha uma origem demoníaca. Ledo engano, Lúcifer estava muitíssimo ocupado rindo-se do Onipresente tentando abrir o divino e-mail usando a Internet discada. A teoria mais aceita acerca da criação do objeto quadrado luminoso é de que foi inventado por um punhado de restos orgânicos na tentativa de escapar do tédio. Já a camisinha criou-se sozinha e se considera um milagre, enfrentando a ira da Igreja Católica que acha que todo esperma é sagrado e não deve ser desperdiçado ou lançado no látex.
Ainda em sua ira, o Todo-poderoso teve a criatividade de inventar o ciclo menstrual para a mulher. Assim, uma vez por mês, todos os homens são lembrados de que o fruto de cor vermelha é proibido e são importunados pelo eterno eco da voz de Eva quando descobrir o que Adão havia feito: Não falei? Ou ainda: Eu disse pra virar naquela rua, mas você nunca escuta o que eu falo!

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